lunes, 27 de enero de 2014

Que espero dos colegas apóstolos

Amados companheiros apóstolos no Brasil:

Na experiência como ministro de Cristo por 40 anos ininterruptos, e como missionário no Brasil, desde o ano de 1980, sou motivado a reagir a um sentimento que estou tendo, a respeito do que espero dos apóstolos amigos do Brasil, tanto para comigo, como para com o nosso público objetivo comum ao qual servimos.

Primeiramente, considero que se nós apóstolos formos a fazer o mesmo que os pastores fazem desde séculos, ninguém precisaria da, e nem se motivaria na tal “restauração apostólica”.

O maior evangelista argentino, homem extremamente humilde, santo, pró-unidade da igreja, Carlos Annacondia, chegou a conclusão que não devia promover mais as campanhas evangelísticas, senão simplesmente acompanhar o seu surgimento como um mover espiritual de toda a igreja local, e faz anos que ele só faz uma campanha, se os pastores locais se unem para pré-campanhas onde ele vem para jejuar com eles, ensinar-lhes evangelismo e discipulado, e celebrar a unidade do Corpo de Cristo. É surpreendente, os resultados são quase 100 % positivos.

Grandes evangelistas do mundo inteiro chegaram às mesmas conclusões nos últimos tempos. Evangelistas no Brasil pró-igreja unida, já desistiram de fazer campanhas para cura, milagres e profecias. Os que persistem nesse modelo já provado ineficaz para os objetivos do Dono da igreja, Jesus, continuam contribuindo para as divisões e o endeusamento de líderes com aparente mais poder e maior unção.

Contudo, a genuína restauração apostólica não contende por nada, nem tenta impor nada, nem continua no espírito de divisão anterior aos verdadeiros apóstolos, por tanto, eu estou acostumado a não desentoar em nada por mais que os outros todos façam algo rotineiro no meio evangélico, mentindo ao povo que será algo melhor e sem igual, não sendo, ou prometendo que será uma experiência jamais vivida, ou maior unção e os mais despertos pelo Senhor no meio do povo, sem serem apóstolos e nem líderes, saem de lá decepcionados de ver outra vez as mesmas manipulações. 


A solução que encontrei até hoje, é pedir aos evangelistas, profetas e pastores, que caminhem com um apóstolo alguns dias para entenderem a visão global apostólica, os princípio da sujeição e a autoridade, e o dever de trabalhar em equipe. Se os colegas admitem se sujeitarem a este tratamento solidário, caminhamos juntos e incluímos o aspecto evangelístico num contexto apostólico, e não o contrário, e ai, sim, os apoio.

Creio que Deus não precisa de nossa ajuda com manipulações de poder, senão de nossa adoração sincera.

Eu já ministrei em mais de 130 denominações cristãs evangélicas, e as conheço intimamente em estatutos, sistemas e doutrinas. Já ministrei com grande sucesso no meio de igrejas como Deus é Amor, como no meio metodista e menonita tradicional.  

Devido a que sempre priorizei os pobres, as igrejas pequenas, os que realmente têm sede e fome de superação, e mantive por décadas uma filosofia de serviço desinteressado, e as vezes que ganhei bens materiais incluso dinheiro, logo em seguida os reparti entre familiares e igrejas, até hoje sou pobre, e sem fama, cada vez que inicio uma nova amizade e comunhão ministerial, sou submetido a "averiguações", como se os colegas fossem policiais, ou se sentirem melhores e mais santos, impecáveis, ou como imaginando ninguém ter mais visão que eles. Considero isto uma petulância que
está enquistada em toda a América Latina como um traço de incompetência e medos injustificados.

Considero que apóstolos devem ser melhores em tudo aos pastores e demais ministros da igreja. Alguns poderão ter mais dinheiro. Outros possuem maiores e boas conexões; ainda outros talvez avançassem mais nas qualificações do ministério, e assim por diante; as diferenças podem ser muitas, então, deveríamos reunir elas e unir-nos num só propósito: apostolizar devidamente, e com excelência e unidade.

Creio irredutível e indefectivelmente, que a verdadeira apostolicidade prioriza e em tudo põe a visão de unidade acima de qualquer outra visão e demanda social.

Sempre será muito mais “lucrativo” nos reunir para debates, diálogos, seminários, cursos e até mesmo simpósios apostólicos, restritos, ou abertos à liderança das igrejas, antes que qualquer outro empenho pelo bem da igreja, a não ser que possamos fazer o segundo sempre decorrer do primeiro.

Uma comunidade local pode estar gemendo por suicídios, ou prostituição, ou doenças, ou pobreza. Os apóstolos precisariam priorizar primeiramente a unidade entre iguais, e só depois o lançamento de um projeto para solucionar o problema da sociedade.

Sou parte de umas gerações que experimentaram estas realidades, pelo que não abrimos mão de fazer as coisas certas, e assim permitir o Espírito abalar as nações.

Existe uma psicose apocalíptica no Brasil que demanda que os ministros obrem, obrem e obrem sem parar, que inovem, criem, façam e façam, como se o braço do Senhor tivesse se encurtado.

Essa ansiedade leva a maiores divisões, mais contendas, mais idolatrias de ícones famosos, e menos santidade, menos unidade, menos maturidade de todos e cada um de nós.

Quando entre apóstolos houver uma decidida vocação por se ajudarem e corrigirem mutuamente, escutar atentamente um ao outro, e observar esmeradamente qual seja a visão que cada um tem e o grau de maturidade e a graça, certamente seremos um só ente espiritual autoritativo no país, para bem de todos.

Que apóstolo é aquele que não prioriza a unidade e não segue o supremo exemplo de nosso maior apóstolo Jesus de lavar os pés dos outros?

A concentração de poderes, não é apostólica. O receio e desconforto diante de iniciativas que não partem de mim, e onde eu não seja o principal, não são apostólicos. Configuram os mesmos vícios de quando a igreja estava sem apóstolos, na era que eu chamo de Era do Desamparo, onde os pastores não eram devida e dignamente pastoreados e os profetas e demais ministros cada um se levantava e defendia sozinho.

O andar isolado, abrindo sulcos sozinhos, aparentemente se autopromovendo, não é apostólico. Vemos na Bíblia um andar mancomunado entre os apóstolos, ainda quando houvesse diferenças entre eles, se respeitava a particularidade e individualidade de cada um.

A dependência e sometimento de um apóstolo a outro não existe na Bíblia.

Há, sim, sujeição à autoridade espiritual que se manifesta través de cada um deles para com os outros, no marco da especialidade particular e a missão recebida, por exemplo, um aos judeus, outro aos gentis.

Entre apóstolos é impossível existir hierarquia. Nenhuma unidade visível da igreja jamais seria possível se não se inicia pela unidade e respeito entre apóstolos verdadeiros.

Respeito a instituições jurídicas, quem funda tem o direito de ser o presidente e convocar a unirem-se outros companheiros, e até a estabelecer as regras de convivência, mas isto nunca deve implicar superioridade senão mancomunidade por uma causa em comum.

Na “pasta” de cada ministro apostólico tudo pode ser diferente de um para com os outros, porém todas coordenam na única visão de administração da igreja imposta pelo Poder Executivo que é o Senhor Jesus, Dono, Senhor e Cabeça da igreja.

E essa administração visa criar tudo para o Filho (Colossenses 1. 16). O único objetivo, a única planificação divina, o único plano eterno de Deus, a única doutrina apostólica inicia com a geração da vida divina nos seres humanos, segue com o crescimento dessa vida e a maturidade individual e corporativa, e objetiva fazer-nos uma única esposa perfeita, e eterna.

Outras visões geram apostolados e pastorados espúrios à Autoridade de Cristo e o desejo do Senhor.

Um pode priorizar o ministério evangelístico incluído na apostolicidade, outro pode perfilar mais o ensino da Palavra; ainda outros podem ser mais pastorais ou mais proféticos, mas todos e cada um deles devem pregar ensinar, amar, servir e apadrinhar governados pelo princípio reitor da apostolicidade bíblica, a UNIDADE DE CRISTO.

Entretanto, as duas principais características essenciais dos verdadeiros apóstolos são o ENSINO DA PALAVRA e a ORAÇÃO.

Se prestarmos muita atenção nas orações que se fazem por ai, veremos que é aterrador o quanto carecem de apostolicidade genuína.

As orações apostólicas devem servir de modelo para os demais ministérios e a igreja, engrandecendo o Soberano Deus tri-uno a centralidade de Cristo, a especificidade da Palavra e o testemunho da unidade da igreja localmente visível e na sua forma essencial, na sua universalidade. 

Precisamos aprender a dialogar e a conviver com as desigualdades, e também gostaria que pudéssemos ser homens abertos a aprender e a melhorar em tudo, e a mudar constantemente para a maturidade e a unidade entre apóstolos, para exemplo que gere mais unidade na igreja.

Senão, achamos que Jesus está aprovando esse sistema repetitivo de ministradores plenipotenciários e exclusivos?

Qual é o histórico pela unidade de cada um de nós? Ninguém e melhor, mas sim diferentes, e eu muito bem sei conviver com as diferenças, mas também não posso deixar de compartir que desde a minha ótica do que represente genuinamente apostolado, a unidade é a espinha dorsal, pelo que se ainda somos deficientes nisto, por que não ser humildes para escutar aos que já foram ou são elementos constitutivos de unidade da igreja?

Por que não escutar aos que sabem o que funciona e o que não funciona?
Ninguém deveria imaginar-se apóstolo pela antiguidade, senão assumindo com humildade um chamado para o qual tenha se entregado de por vida e que nalgum tempo possa ser comprovado em vida e palavra.

No meu caso, pedi para o apóstolo Guido Raúl Ávila, o maior pastor na Venezuela, que orasse por mim liberando-me no meu chamado apostólico que já me era atribuído por muitos, sendo ele algo como cinco ou mais anos mais jovem.

Logo, pedi de novo uma autorização pública da parte do apóstolo Pablo Robledo Mendieta da Espanha, e continuo sujeito à unção e autoridade que eu não tenha e encontre noutros apóstolos verdadeiros do Brasil e de qualquer lugar do mundo por onde passe. 

Considero pura “Nova Era” as mentiras nos relacionamentos, as esperas sem palavra, suspeitáveis e manipuláveis; o silêncio extorsivo, as "averiguações" dos outros, a estratégia de fazer aos outros se curvar para conseguir algo, e muitas outras barreiras ditatoriais de alguns apóstolos.

Falando de averiguações, há alguns meses uma pastora do ministério no Brasil acompanhou-me na minha relação com um apóstolo daqui de Curitiba a quem denominarei José, que, interpretando mal o meu pedido de cooperação para auxiliá-lo em suas extremas necessidades de sobrevivência confessadas a mim, a outro apóstolo (que chamarei de Pedro), me gritou no telefone desrespeitosamente até com palavrões, e expulsando-me do Brasil e porque a pastora se mostrava favorável a que eu punisse ao apóstolo a quem pedi ajudasse ao primeiro, e me reconciliasse com José, com quem ela já tinha uma boa amizade, apenas encontrou na internet um cartel como se fosse da Polícia Federal procurando ao apóstolo Pedro, me o enviou pedindo cortar relações com Pedro urgentemente.

Como estrangeiro no Brasil, talvez alguns de vocês não imaginam o terrível medo que me sobreveio ao ponto de querer voltar para a Argentina antes que a PF me encontrasse como em associação com o tal "buscado", se realmente fosse ele delinqüente procurado pela Justiça.

Com o tempo entendi a armadilha de Satanás. Se pudesse, lhes pediria que perguntassem ao apóstolo Pedro se acaso não lhe pedi perdão, e que também perguntassem a Jesus como chorei e queria estar diante de Pedro para de joelho abraçá-lo pedindo-lhe misericórdia por haver-me deixado levar por essa pressão.

Em tudo o que falo a vocês, sempre sou exemplo. Nunca falaria algo como mera suposição, opinião e teoria. Acredito que precisamos nos encontrar e dialogar muito, e que me conheçam na ministração em qualquer ambiente, seja elevado, ou inferior, de dentro da igreja, ou de fora, entre líderes, ou com a congregação, ou até mesmo na evangelização.

Também oro pelos doentes e prego libertação e unção, mas não coloco nada como característica do apostólico, porque considero que no exercício do apostólico não precisamos publicidade, pois, qualquer santo de Deus terminaria sempre por reconhecer-nos e a igreja que ainda esteja viva nos haverá de receber amplamente.

Se publicar igualdade entre apóstolos, é porque reconheço a unção e autoridade que há em cada verdadeiro apóstolo, independente das diferenças que nos fazem distintos, e também porque sei dar valor às qualificações do Espírito em mim.

Se divulgar a necessária sujeição espiritual entre apóstolos, é porque sou o primeiro em aceitar obediência e companheirismo.

Se ensinar e demando unidade entre apóstolos, é porque já tenho enviado mais de 400 e-mails personalizadamente pedindo unir-nos, ainda quando são contados os que me responderam, mas ainda continuamos nos curtindo, sem unidade, e também é porque luto e vivo a unidade cristã que encarno como a medula da apostolicidade.

Se me preocupam as ministrações, os esforços e as obras repetindo ações rotineiras do meio evangélico e duplicadores de projetos, todos e cada um considerados nascidos no coração de Deus, que logo se esfumem diante da menor oposição, é porque no nosso século, desde o ano de 1967, quando ainda ninguém falava em apostolicidade restaurada eu nascia espiritualmente nesta visão inalterada e pura de revelação genuína do que é biblicamente apostólico encarnando-a tanto, que no ano de 1970 já todos os pastores da cidade de Corrientes na Argentina me conheciam como um visionário que batia as suas portas para chamá-los ao arrependimento pelas divisões e os exclusivismos ministeriais.

Quando recomendo procurarmos ser humildes e ensináveis, é porque com 61 anos de idade ainda iniciarei outros estudos superiores, acumulando títulos e profissões somente por amor à igreja e as suas lideranças, no sincero e mais puro desejo de servi-los ou por vida, ou por morte, e tenho me debruçado a vida toda a aprender do Senhor, e de homens influentes na mais alta espiritualidade possível, sem jamais descartar ouvir e prestar atenção no que os de mais abaixo me dizem da parte de Deus.

Ninguém jamais pode, nem jamais poderá apontar em mim heresias ou negação das verdades cruciais do Evangelho, apesar de meus radicalismos e sobre ênfases, pelo que tenho autoridade para pedir que não me julguem pelas poucas evidencias de curas e libertações em meu ministério, porque a minha priorização absoluta e o meu zelo incorrigível por CRISTO-IGREJA, Cabeça-Corpo demanda de minha pessoa priorizar o ensino da Palavra, e deixar que o Senhor obre como Ele quer, com milagres e transformações inimagináveis, todas incluidoras daqueles dons (o de curas e libertações), mas sem me desviar do centro do que considero a espinha dorsal do que é genuinamente apostólico, trabalharmos para a maturidade da igreja, para as Bodas o Cordeiro.

E quando pela paciência de Deus e os seus arranjos divinamente estabelecidos para a edificação da igreja, a evangelização e a restauração dos ministérios devo acompanhar irregularidades, carências, parcialidades, insuficiências e conformismos que a apostolicidade bíblica não tolera nem admite, que o meu juízo do imperfeito na minha comunhão solidária e amorosa não seja tido como conivência nem cumplicidade absoluta, senão como um entendimento amadurecido do que temos que ser a favor da unidade: humildes em reconhecer nossos próprios erros e limitações, e amorosos em aceitar o outro, apesar das suas imperfeições.

Tito Berry